domingo, 11 de março de 2012

Sombras, névoas e silhuetas

Por entre névoas vejo a tua silhueta, tão envolvente
Não nitidamente, mas suficiente para fazer meu sangue ferver
Tento dissipar a neblina com as mãos e ver-te claramente
Com sorte, tocar tua pele macia, assim arrepiando-a de prazer

Não sei se amaldiçôo a cegueira do momento, ou se a bendigo
Se por um lado meus olhos não te vêem, meu coração te sente
Amo-te, dama incógnita, ingênuo como um menino e miserável como um mendigo
Apenas a fé mantém-me ligado a ti, à tua imagem desfocada aparente

O que será isto? Enxofre, dióxido de carbono, água em vapor?
Esta nuvem densa que me impede de alcançar-te a ti, e à tua visão
Não! Não são elementos, nem ectoplasmas, nem produto do calor!
Parece algo mais forte, que subjuga a física e a metafísica ao coração

Descobri teu nome, névoa densa e traidora, matadora de desejos,
Enquanto via os contornos daquela Eva desnuda, que uma maçã comia!
E ali, naquele instante, descobri aquilo que me arrepiou os cabelos
Era o destino, capataz implacável que me torturava enquanto minha razão dormia!


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