sexta-feira, 23 de março de 2012

O x da questão

Era zero hora quando eu fechei os olhos e contactei o Incontigente
Antes eu queria a paz, mas ela fugia de mim como a mulher foge da serpente
Fazia-me, outrora, auto-suficiente, soberbo e pretenso ser independente


Desprendi-me da natureza humana, socraticamente buscando conhecer
A natureza inglória do homem, a incontestável miséria do ser
E então, a partir daí, para além dos meus visíveis limites transcender 

Descobri, na linguagem axiomática do universo, aquele código bom
Não ideal, mas aproximado do que preciso para encontrar a luz
E por fim, toda perfeição do Universo, perfeita canção, a reuni num tom
Que em Uníssono ao etéreo minha alma conduz

Ah, perfeita metafísica encontrei, ao desvendar o x da questão
Qual boa ascese ou abnegação, em doses homeopáticas ou em profusão
Não será capaz de guiar almas perdidas, desencontradas ou em confusão
Até o objetivo que, no meio de bárions e léptons, os homens buscam em vão?

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