domingo, 18 de março de 2012

A quem presentear?

Estava eu caminhando pelas ruas, quando uma bolsa estranha cai do céu exatamente na minha frente. Saía uma fumaça dela, fina e suave, e dela irradiava calor. Bom, era de se esperar, uma vez que ela veio do céu e com certeza experimentou o atrito com a atmosfera. De repente, ela abriu-se sozinha, como se a gravidade tivesse feito a bolsa, que mal estava aberta, abrir-se ainda mais após estar um tempo na iminência de se abrir.

E qual foi o meu espanto ao ver o que tinha dentro! Era dinheiro! Muito dinheiro! Indaguei-me que tipo de astronauta louco lançaria de sua espaçonave tantos dólares. Mas agora era meu todo aquele tesouro, e na solidão eu conservaria este tão valioso segredo.

Gastá-lo? As notas estavam todas em ordem de número de série, e isto me causaria problemas com a justiça. Guardá-lo no banco? Causaria o mesmo problema. A quem doar, a quem presentear com esta dádiva, já que eu não posso gastá-la comigo?

Vi uma linda moça, saindo de uma ambulância numa maca, e nela entrando num hospital. E vi que um homem fora até o saguão do hospital pagar por sua internação e tratamento. Eu invejei aquele homem. Como eu gostaria de dar tudo o que tinha para o bem de quem eu amo. Mas os malditos números de série do meu dinheiro não me permitem. O que tenho são milhares de dólares inúteis...

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