domingo, 25 de março de 2012

A Puta Maldita

      Após a sinuca, acompanhada do bom e velho blues, tive vontade de mijar. As ruas estavam cheias de vermes e delinquentes, eu precisava de um lugar tranquilo, calmo, escondido, e obscuro. Um tanto bêbado, desnorteado, sai cambaleando pelas ruas da praça de Itaboraí. Prostitutas se estapeavam e um viado gritava para chamar a atenção, e tudo isso passava zunindo pela minha cabeça como uma sinfonia tocada pelo próprio Satã. Que se foda toda essa merda, eu quero mijar. Cambaleei mais cem metros e achei um muro, com grades verdes...era o lugar perfeito. Abaixava o zíper quando vi uma mulher do outro lado da grade. Não levantei de volta. Ela me encarava, com seu rosto pálido, branco como glacê. Seus cabelos negros estavam desgrenhados, e pareciam sujos de terra. Ela estava com um vestido, bem colado ao corpo, e sua silhueta magra e esquelética me despertou interesse. Comecei a ter uma eração. Ela baixou o olhar e ao ver meu membro rijo, ereto, lambeu os lábios com sua língua seca e se aproximou. Eu estava em transe, imobilizado, e não esbocei reação. Ela se aproximou mais, e pude sentir o fedor que dela emanava. Vi que em sua cabeça haviam pequenas crateras onde se amontoavam vermes de toda sorte. Ela se abaixou e começou a me chupar. Extasiei. Eu viajava na puta que pariu quando comecei a perceber uma leve dor, juntamente ao prazer. Abri os olhos e olhei para baixo: ela mastigava meu pênis. O sangue escorria pela sua boca, e ela devorava com voracidade. Refestelada, ela me olhou com um ar grato, levantou-se e voltou para o breu, para o quinto dos infernos de onde havia saído, para o colo do capeta. E eu fiquei ali, a observar meu membro dilacerado, gotejando sangue.

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