domingo, 29 de abril de 2012

Sem nenhum sentido

Ouço os acordes da velha canção
Ela faz-me recordar dos tempos em que eras uma linda flor a desabrochar...

E eu a te amar...

Todas essas lembranças, fortes como uma bala de canhão
Que me leva ao chão, fraco, a meio passo de me desesperar

E eu a, em ti, pensar...

Inútil! Inútil! O ódio me sobe à cabeça!
Perco-me no vazio do não-existir, no sincero vácuo anti-pragmático!
Aonde hei de descansar, sem que eu pereça?
Quando hei de me afastar de ti, com o rigor de um matemático?

E eu a te plantar em mim

Como!? Como!? É esse, então, o veneno dos românticos?
Que libera toxinas em meu organismo num piscar de sinapse?
Numa memória eletromagneticamente ativada em domínios psico-quânticos?
Passada em minha cabeça como um louco filme sem sinopse?

E eu a perguntar coisas estúpidas sobre ti...

E a cada vez que pergunto sobre ti, eu mato a mim mesmo. A cada olhar das palavras que espalhas ao vento, acende-se no meu peito uma chama invisível de um sentimento que somente um estóico poderia compreender.

Ó, mulher, que parasita minha alma e rejeita minha matéria! A tua existência é veneno, o teu "não" é um tóxico, o teu saber é ignorância.

E teu destino é sofrer, porque o veneno também é veneno contra si mesmo.

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