segunda-feira, 30 de abril de 2012

A marca do absoluto

Eu queria saber de onde vem o ódio, de onde vem a intolerância.
O governo do relativismo é tão tolerante, tão bondosa... Ela dá voz aos afônicos...
Ela dá cor aos acromáticos, e brilho àqueles que não podem brilhar.

Tudo agora é em relação a uma referência. Tudo vale, tudo é bonito.

Epa... Tudo?

Sério, tudo?

Conheci umas pessoas... Elas eram únicas, diferente de todos os outros que ganharam o poder do relativo. Enquanto o mundo inteiro banqueteava-se com o banquete da liberdade, dos sorrisos abertos e dos tapinhas nas costas, aquela gente era esbofeteada na cara a cada palavra proferida. Eram difamados a cada dia em que se reuniam para viver em comunidade, eram caçoados a cada profissão do que fazem deles aquilo que são.

Carregavam um pequeno símbolo no peito. Símbolo este que era sinal de escárnio por aqueles que passavam a mão na cabeça de todo mundo, menos daquela gente perseguida. Mas não era tudo bonito, não era tudo que valia? Por que, para aquele grupo, nada vale, e nada é bonito? Por que todos encontram o perdão e a acolhida por parte dos governantes do relativo, menos aquele grupo?

Não, nada é bonito. Enquanto o mundo inteiro torna-se livre, a liberdade é negada àquela gente. O relativo torna-se finalmente absoluto, mas um absoluto perverso: (quase) tudo é relativo, mas o ódio àquele grupo é absoluto.

Que coisa feia! Que tristeza! Talvez se a justiça, a beleza e a retidão inundassem o mundo, não houvesse mais relativos exaltados e absolutos relegados ao lixo...

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