sexta-feira, 27 de abril de 2012

Gunther, o guerreiro da razão, parte 4: A revoada

"Velha Antioquia, que tanta história tem no que de ti remanesceu! Um velho viajante um dia veio me contar, quando me entregou este livro, das velhas histórias. De como o Velho Pescador liderou os homens de boa vontade, outrora! Ah, Antioquia, quisera eu poder proteger-te dos infiéis que arrasaram teus fundamentos, que te roubaram a consciência, que te tomaram de assalto. Mas não posso ao tempo voltar, por isso por ti passo em lamentação, seguindo rumo ao meu destino final..."

Gunther pronunciava mentalmente estas palavras, enquanto andava pela antiga cidade de Antioquia. Lembrava das histórias em que um velho homem (supostamente responsável pela sua mudança) lhe contou. Algumas lágrimas rolavam pelo seu rosto, até que ele teve uma idéia: tomou duas hastes de madeira, formando uma cruz, e fincou-a no chão. Em seguida, escreveu no chão com a espada, em frente à cruz, a inscrição "ICHTHYS", e ajoelhou-se, deiaxando a cabeça inclinada para baixo.

Mal terminou de fazê-lo, muitos pombos cercaram nosso herói. Eram, em sua maioria, negras, e arrulhavam forte. Gunther asustou-se e tentou assustá-las, mas elas não se moviam. Em seguida, um pombo branco saiu do meio dos negros e pousou em cima da cruz. E tendo-o feito, todos os outros pombos pararam de arrulhar. Gunther assombrou-se, tomou um pedaço de pele de cordeiro e escreveu:


"Gloria ad Spiritus Sancti"

E fincou a inscrição na cruz.  A pomba branca pousou na cabeça de Gunther e apontou o caminho que Gunther haveria de seguir. Consciente da direção, Gunther pôs-se a caminhar nela e a pomba branca voou, junto com as pombas negras. Gunther agora pressentia que estava perto do seu destino final...

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