domingo, 16 de setembro de 2012

Mercedes


Mercedes... Ah, mercedes
Se do brilhante céu grego,
Donde, outrora, se observou nereidas e plêiades
Eu pudesse ver para além do celeste tecido negro
Veria teus olhos verdes brilhando na direção de Capricórnio

Nem o sangue de Ali Pasha,sultão infeliz
Traído pelo infeliz Mondego
Traz rubro tão sedutor como teus lábios de aniz
E esta insistente lembrança não me dá sossego
Ao lembrar que, em Paris, já não lembras de nós dois em Marselha

Estou aqui, no Leste, onde Sócrates bebeu cicuta
Eu já não aguento o ar nostálgico da Gália
Tampouco posso gritar a quem não me escuta
Então, bebi rum com Vampa na Itália
Para esquecer que o exílio no Chateau d'If matou-me em teu coração

E agora eu devo virar um conde
E meu nome deve ser enterrado
Tirarei meu título não sei de onde
Mas não hei de ficar acabado
E quando tudo for cumprido, atrairei todos a mim!

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