Juliana era de aquário. Uma menina de muitas crenças. Buda, Cristo, Santo Antônio, Caboclos, guias, anjos e orixás, a todos ela prestava culto e detinha extrema confiança e temor. Não saía de casa sem ver o horóscopo on-line, e estava sempre antenada nas fases da lua, na convergências dos planetas, em eclipses e astros que estivessem atravessando nossa galáxia.
Apaixonada por astrologia, pensou fazer astronomia, mas acabou quebrando a cara, pois aquela ciência antiquada nada tinha a ver com a fascinante ciência que ela tanto prezava, que estava oculta nos astros. Em seu quarto, haviam diversas pedras: ametista, quartzo rosa, pirita, tumalina e cristais. Incensos davam conta do aroma e cada parede tinha uma cor. Pendurados no teto, estrelas e planetas, e na parede um quadro com a foto de seu ídolo: João Bidu. Ao se aproximar dos 30, Juliana começava a entrar em crise. Estava fora de forma, sem trabalho e encalhada. O que fazer?
Apelou para dietas malucas: dieta da lua, do sol, de marte e de plutão. Até que deu certo, perdeu 10 quilos. Em relação a trabalho, resolveu criar um blog sobre astrologia e se especializou em espalhar correntes pela internet. Não dava dinheiro, mas deixava a mente ocupada e fazia com que ela se sentisse útil. Só restava um problema: um namorado. Recorreu ao bom e velho chat uol. Conheceu vários caras, cerca de uns 100, por aí. Filtrou os que só queriam putaria, depois tirou os vagabundos e os que eram muito feios. Sobraram uns 10. Aí que veio a prova de fogo: os ascendentes!
Dos cerca de dez pretendentes que sobraram, verificou data e hora de nascimento para ver se o mapa astral deles convergia com o seu, e foi aí que ela teve o seu pretendente, o predestinado, o escolhido pelo universo. Só um, somente um dentre tantos estava predestinado astralmente a harmonizar com ela. Era um pisciano, um rapaz nem bonito, nem feio, que trabalhava num banco como analista. Marcaram o encontro num shopping, na praça de alimentação. Juliana se arrumou toda, estava linda e perfumada. Pegou um táxi para chegar logo e não suar dentro dos transportes públicos. Desceu próximo ao shopping e ao passar em frente uma banca de jornal ouviu um locutor de rádio anunciar, "E agora, as previsões para o signo de aquário, com Zora Yonara!". Teve de parar para ouvir. Sempre confiou em Zora Yonara. Não foi baseado nas previsões de Zora que ela presumiu que choveria no dia de seu aniversário passado? Estar passando as previsões de Zora, para seu signo, exatamente no momento que ela estava passando por ali, era um aviso, uma mensagem do Universo, e ela não podia ignorar. "Olá minhas amigas. Tenham muito cuidado! Hoje as aquarianas podem ter uma grande decepção vinda do signo de peixes. A lua em saturno não está propicia para incursões amorosas! Número da sorte? 53!".
Apaixonada por astrologia, pensou fazer astronomia, mas acabou quebrando a cara, pois aquela ciência antiquada nada tinha a ver com a fascinante ciência que ela tanto prezava, que estava oculta nos astros. Em seu quarto, haviam diversas pedras: ametista, quartzo rosa, pirita, tumalina e cristais. Incensos davam conta do aroma e cada parede tinha uma cor. Pendurados no teto, estrelas e planetas, e na parede um quadro com a foto de seu ídolo: João Bidu. Ao se aproximar dos 30, Juliana começava a entrar em crise. Estava fora de forma, sem trabalho e encalhada. O que fazer?
Apelou para dietas malucas: dieta da lua, do sol, de marte e de plutão. Até que deu certo, perdeu 10 quilos. Em relação a trabalho, resolveu criar um blog sobre astrologia e se especializou em espalhar correntes pela internet. Não dava dinheiro, mas deixava a mente ocupada e fazia com que ela se sentisse útil. Só restava um problema: um namorado. Recorreu ao bom e velho chat uol. Conheceu vários caras, cerca de uns 100, por aí. Filtrou os que só queriam putaria, depois tirou os vagabundos e os que eram muito feios. Sobraram uns 10. Aí que veio a prova de fogo: os ascendentes!
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