quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Partida - Parte 1



Diferente das outras vezes, as coisas não começaram com uma briga homérica, nem com discussão. Você estava mal, disse que ia para casa, e eu, cansado de tudo, simplesmente não interferi. Disse que te acompanharia, mas você recusou. Insisti, e então brigamos. Uma simples ida para casa se tornou o fim derradeiro, e foi aí que minha aflição teve princípio.

Na primeira noite saí com um amigo, fomos num show de rock, bar...finalmente a liberdade! Você nem foi para casa. Foi beber com amigos, conversar, e até dormiu fora de casa. No dia seguinte nos falamos. Nem lembro mais o assunto, faz tanto tempo. Nos dias que se seguiram tivemos conversas amenas, chegamos a nos encontrar e até ficamos. Parecia que ia surgir algo bacana dali. A saudade apertava no peito, e eu queria ter você. Mas, não tardou e brigamos, mesmo sem estarmos juntos. Te mandei mensagens mal-criadas, você idem, e então pedi para que não ligasse mais. O primeiro dia foi triste. Estava acostumado a acordar com você me ligando, indo para o trabalho, e naquele dia você não ligou. A partir daí eu não conseguia mais dormir, a cama de casal era grande demais sem você. Naquela época estava um calor infernal no Rio, e toda noite eu passava rolando na cama, despertando a cada meia hora, olhando se tinha alguma mensagem no celular, mas nada. Foram semanas de noites insones, de buscas infrutíferas por sms´s, de me controlar para não te ligar, ou ainda, para não ir até sua casa com um buquê de flores. Eu te amava, minto, eu ainda te amo, e cada polegada do meu corpo tem saudades de você. Mas um certo dia, andando de ônibus à noite, um pouco embriagado, refletindo, olhando pela janela, que pensei no que você havia dito para mim, logo que terminamos, "eu vou seguir em frente, me entregar ao trabalho", e foi aí que tudo fez sentido.





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