terça-feira, 15 de maio de 2012

A morta Liliana Crociati


Minha doce filha,

Como farei agora sem sua presença aqui?
O Senhor a levou muito cedo, devota filha...
Sua mãe, coitada. Não consegue se levantar.
Vinte e cinco anos semi-completos, onde você está?
No fim da tarde, olho para a porta, e o coração bate forte!
Penso que a qualquer momento regressará,
Dos seus passeios com seu fiel escudeiro: Sabu.
Que cão fiel! Fez luto por 3 dias e 3 noites por ti,
Depois, simplesmente cessou de viver, para te encontrar.
Queria poder fazer como ele, e abandonar a vida,
Poder te encontrar...mas não posso.
Tenho tua mãe e irmãos para cuidar...mas me espere,
Não demorará e me juntarei a ti,
Nos pés do Senhor, sob a proteção da Virgem.
Pedi a um escultor para fazer uma estátua sua,
Ao seu lado, Sabu, fidelíssimo.

Maldita avalanche! Morta na lua-de-mel!
Que desgraça minha filha...o desespero me toma,
Não consigo ficar sem verter lágrimas por ti.
Todo dia levarei para ti uma flor,
Lá onde descansará de agora em diante,
Na Recoleta, minha filha, meu amor...

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