quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Vendeta suburbana

A dor foi demais, o peito aberto me era insuportável
Cadavérico, eu apodrecia detrás de um sorriso afável
O poço era muito extenso, mas consegui dali sair
Acabou! Agora é o tempo da minha vingança existir

Homérica, maquiavélica
Insana, divina

Estou à espreita, vigiando-te dia e noite
Escolhendo o lugar certo para o açoite
Já te envio meu presente em doses pequenas
Deixo-te viver com a generosidade dos mecenas

Por enquanto... ainda
Não estás... no fim da linha

Passarão anos, ou até décadas a fio
Até ver teu corpo inerte solto no rio
E eu rirei, bebendo teu sangue com vinho
No cálice etéreo da mente, que eu imaginei sozinho

Tic... Tac...
Tic... Tac...



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