domingo, 10 de junho de 2012

A carta que ninguém leu

Eu sou a carta que ninguém leu
Em vão trabalhou a mão que a escreveu
Ela passa, envelopada, de pessoa em pessoa
Mas ninguém crê que nela haja alguma coisa boa

Abandonada, a carta segue envolta em ar misterioso
Todos a guardam com espírito zeloso
Mas ninguém a abre, ninguém a quer ler
Condenando incógnitas palavras a morrer

Sou aquele pedaço de papel incólume
Solto no mundo, seguindo na correnteza aleatória
Longe de ser revelada a feliz leitora

Sou aquele que nunca quis ser célebre
Que só queria fazer parte da memória
Lida, apenas, por uma alma bem-feitora.

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