domingo, 15 de julho de 2012

Invisibilidade nefasta


Eu queria apenas entender, só entender
O que te fez fugir de mim
Meus grunhidos de dor por não te esquecer
Ou defeitos do amor que quis te oferecer?

Nunca me senti assim, invisível
Monstro desprezível no mar de possibilidades
Querendo-te num ardor irascível
Amando-te em dor imprevisível

Meus pedaços caem diante de teus pés
Mas são apenas migalhas de um pão dormido
Como a Sarça ardente que apareceu a Moisés
Queimei-me vivo, sem morrer, em mais um revés

Não adianta falar, nem fazer sinais
Porque para teus olhos, sou invisível
E da miséria que digo não queres saber mais
Lá estou eu! Metido, desonrado, em teus anais

Se eu digo "te amo", tu ouves "blá-blá"
Se digo "te odeio", Estou sendo eu mesmo
Logo tu estarás do lado de lá
Enquanto eu fico sozinho do lado de cá

Te digo "meu amor", me chamas "querido"
Por que mais que isto não podes dizer
Já que ninguém adjetiva o desconhecido
Com a profundidade que merece o futuro marido

E teu futuro marido, creio eu, não virei a ser
Te mostras calada, fugidia, quando me vês
Não adianta o meu falar, menos ainda meu proceder
Pois não é comigo que desejas viver





Nenhum comentário:

Postar um comentário

Lembre-se: Comentários são muito bem vindos quando visam acrescentar aos textos mensagens de relevância e de gosto compatível com o texto publicado, mas não o são quando são em tons pejorativos ou de incompatibilidade total com o texto. Agradecemos a compreensão.