Se Sócrates estivesse vivo
Comeria um hamburger ao questionar
Porque o frenesi da modernidade escapa do crivo
Do questionamento, do filosofar?
Ele questionaria o burguês e seu sistema de produção
Indagaria sobre o consumo e o 'ganha-pão'
E vivendo sem nenhum tostão
Pensaria, nostálgico, em seu discípulo Platão
Ah, se Sócrates estivesse entre nós!
Assistiria, atônito, à 'pólis' e sua moderna estupidez
Responderia suas próprias perguntas a sós
Concluiria com extrema rapidez
Que a tragédia se encarregou de nós!
E com um linguajar assim, grotesco
Que em tempos hodiernos não se escuta
Não hesitaria em pedir, em tom animalesco
'Parceiro, passa-me aí a cicuta!'
Já não seria a subversão
A causa de sua morte
Seria a moderna sensação
De depressão pela falta de sorte.
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