É difícil buscar uma palavra
No vasto vazio do ser
É negro o abismo da alma
Sempre após o anoitecer
Todo desejo é vão
Quando o sentido de tudo é escasso
É complicado viver com o "não"
Quando tudo parece um erro crasso
A lua ilumina o canto do quarto
Enquanto alguém ali deita, tristonho
São como as intensas dores do parto
As dores de quem já não é tão risonho
Soaram acordes do velho violão
Um esboço de letra se ouviu
Tentou ser doce como um melão
Mas ninguém desfruta do que não viu
É nesta noite, pintada em azul
Que o vazio virou troféu
E que os ventos que vêm lá do sul
Levem este canto ao sétimo céu
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