Não uses o argumento do tempo
Para dizer que tudo mudou
Nada pode ser apagado
Não há nada que o tempo levou
Se há algo que está diferente
É forçado por um "mal-querer"
Teimosia para sempre presente
Sempre forte no teu proceder
Mas não ouso aqui dizer nada
Só o imperativo que já pronunciei
Com mãos atadas,na cilada:
É inútil tudo que falei
Mas não uses o argumento do tempo
Para dizer que tudo acabou
Há uma chama queimando eu seu peito
Da qual insistes dizer que apagou
Invisível pareço agora
Mas sabes que sou tua fronteira
Não me vês estando eu aqui fora
Mas vindo aqui, tu te entregas inteira
Quando apertar a marcha inimiga
Quando tu estiveres cercada
Pensas tu conhecer mão amiga
Bom suplente para que sejas amada
Paro aqui com esta verdade
Porque a ela não se soma adendo
Assim insisto, com muita humildade:
Não uses o argumento do tempo.
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