Ouço os acordes da velha canção
Ela faz-me recordar dos tempos em que eras uma linda flor a desabrochar...
E eu a te amar...
Todas essas lembranças, fortes como uma bala de canhão
Que me leva ao chão, fraco, a meio passo de me desesperar
E eu a, em ti, pensar...
Inútil! Inútil! O ódio me sobe à cabeça!
Perco-me no vazio do não-existir, no sincero vácuo anti-pragmático!
Aonde hei de descansar, sem que eu pereça?
Quando hei de me afastar de ti, com o rigor de um matemático?
E eu a te plantar em mim
Como!? Como!? É esse, então, o veneno dos românticos?
Que libera toxinas em meu organismo num piscar de sinapse?
Numa memória eletromagneticamente ativada em domínios psico-quânticos?
Passada em minha cabeça como um louco filme sem sinopse?
E eu a perguntar coisas estúpidas sobre ti...
E a cada vez que pergunto sobre ti, eu mato a mim mesmo. A cada olhar das palavras que espalhas ao vento, acende-se no meu peito uma chama invisível de um sentimento que somente um estóico poderia compreender.
Ó, mulher, que parasita minha alma e rejeita minha matéria! A tua existência é veneno, o teu "não" é um tóxico, o teu saber é ignorância.
E teu destino é sofrer, porque o veneno também é veneno contra si mesmo.
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